CARTA DE UM FILHO QUE NÃO NASCEU
Mamãe, hoje se comemora um dia, no qual não poderia deixar de escrever a senhora, eu como meus amiguinhos devia estar neste mundo, mas a senhora me trucidou, me esmagou me assassinou.
Enquanto esperava o alimento a senhora me enviou o veneno.
Meu direito de nascer, maior do que o direito de viver. fui suplantado por mãos criminosas.
Não nasci, mamãe, a senhora podia perfeitamente me trazer à vida, à luz. Eu tinha um pai rico, os médicos e a maternidade estavam à disposição e a senhora me matou.
Eu tão inocente, fui entregue às mãos estúpidas de um médico que me estrangulou e me jogou nos esgotos da maternidade, foram tantos mamãe, estes crimes só na minha cidade se cometem mais de 2000 por dia.
Oh! Mamãe como seria alegre o dia de hoje se eu estivesse em seus braços, que olhar bonito não seria o meu, mamãe? Porque a senhora me matou?Que mal eu fiz, mamãe, para a senhora me expulsar do seio? Quão triste a minha sorte, tão grande a minha dor.
Aonde meu corpinho veio parar, mamãe? Sendo fruto do amor deveria estar no mais íntimo do coração e não no lugar mais pútrido, mais imundo e repugnante da cidade.
Mamãezinha, pense nisto, mostre esta carta às outras mães, leia no rádio e na TV, publique nos jornais, pois os crimes estão pedindo punição e as dúvidas dos homens estão sendas.
Olhe mamãe, a casa vizinha como está alegre, os pais e seus filhos, olhe como os sacrifícios são compensados. A senhora não teve a generosidade de me trazer ao mundo, só teve a luxúria e a volúpia de um prazer carnal para se conceber.
Foi tão grande o crime mamãe, meus olhos não viram as mãos dos assassinos, meus braços não podiam me defender, meu nariz não sentiu o cheiro do sangue.
Mamãe, os animais por mais ferozes que sejam respeitam os seus filhos, e a senhora fez isto comigo! A senhora se tornou mais feroz do que a fera mais bruta que possa existir, não podia haver outro crime pior.
Este não é o seu dia, hoje é o dia das mães que souberam ser mães.
Mamãe, fico aqui com o meu perdão que a senhora obterá com muitas lágrimas.
Autor desconhecido.